O Castigo da Cruz

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Um boiadeiro sem alma quando uma cruz encontrava
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Pela beira dos caminhos com desprezo ele arrancava
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Se encontrasse vela acesa, sorrindo ele apagava,
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Jogava o cavalo em cima, com a cruz estraçalhava

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Uma noite numa estrada uma cruz ele encontrou,
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Quando tentou arrancar no braço da cruz pegou
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Aquela cruz de madeira num homem se transformou,
                                          E7                  A
A vulto dentro da noite em sua frente ficou

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O vulto falou meu filho não pratique isso mais,
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Você tentou arrancar a cruz do seu próprio pai
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Porque aqui eu morri há muitos anos atrás,
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Na palma de sua mão meu nome gravado vai.

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O boiadeiro de susto caiu no chão desmaiado,
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Acordou no outro dia pensou que tinha sonhado
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Mas chorou arrependido quando ele viu confirmado,
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Na palma de sua mão o nome do pai gravado

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E aquele boiadeiro que não tinha religião,
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Desse dia em diante mudou de opinião,
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Para alma do seu pai ele faz sua oração,
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E se encontra uma cruz, rezando pede perdão.