Décima de Um Gaudério

Dm Gm Dm Am Dm

Dm
Um semblante de primavera
                       A7
Misto de flores e espinhos

Se estendeu por toda estrada

Projetou sombra e aguada
                     Dm   D
Por donde cruzo o caminho
Gm
Fui dando espalda pra o rancho
                    C
Cruzei pra lá da cancela
             F
Sentei as garras no pingo
            Am
Busquei a volta no estribo
                       Dm
Com a mão canhota na rédea

 Dm
Na direção do horizonte
                     A7
Meu pingo trocava orelha

E a espora dava o comando

Pra ele sair tranqueando
                       Dm  D
Riscando-lhe a barrigueira
Gm
E o rancho que eu mesmo fiz
                     C
Nobre de simples valores
          F
Guarda um ar de despedida
        Am
Virou tapera dormida
                     Dm
Aos olhos dos cruzadores


Por gaudério hoje distante
                       Gm
Mateio a sombra dos molhos
C
O pingo livre da cincha

Atado a soga relincha
                         F   Dm
Vejo a saudade em seus olhos

Saí pra amansar distancias
                         Gm
Com a alma de olhar profundo
C
Pois nasci de alma andeja
                     
E desde piá com certeza

Sonhava andar pelo mundo

Dm
Mas se por acaso o pingo
                       A7
Relinchar com insistencia

Desato a soga que o tranca

E dou-lhe um tapa na anca
                        Dm  D
Pra que retorne a querência
Gm
E sigo cruzando a estrada
                     C
Porque gaudério sou eu
             F
Dou um jeito nos arreios
          Am
A maior riqueza que tenho
                 Dm
É esse mundo de Deus