Não Ligue o Rádio

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Para se aproximar das fronteiras do tempo
você lê jornais; tudo invento.
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Com estrelas sendo assim o belo fole velho de lá, sim,
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afinal pastamos como vênus de Millôr neandertal.

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Nos hemisférios sem ninguém: os amores falhos.
Por que machucam tanto alguém? Tolo homem fraco.
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Pousou um corvo sobre mim; não creio que eu esteja louco.
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Pousou um corvo sobre mim, o mesmo de Edgar Poe, sim,
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afinal somos o mesmo homem da Cidade Irreal.


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Não ligue o rádio por favor, deixe-o mudo.
O mundo em si é um furor, um ronco profundo.
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Às vezes penso que ninguém pode dormir nesse estado
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e às vezes eu penso também o que que é que tem no mundo errado.
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Afinal há mais de uma guerra: a morte é monumental.   (2x)


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