Cantando Ciranda Na Beira do Mar

Gm                              Cm
Ao modo de aves cruzando as alturas
            Dm                    Gm
Milhares de peixes vermelhos e azuis
Gm                              Cm
Na cega certeza de algum que conduz
Dm                    Gm
Percorrem distâncias nas águas escuras
Gm                              Cm
Mas no oceano tem mais criaturas
            Dm                    Gm
Que esperam famintas pra lhes devorar
Gm                                      Cm
E aqueles que escapam vão ter de esbarrar
       Dm                         Gm
Que nem peregrinos exaustos de sede
Gm                                     Cm
Nos braços dos homens que arrastam a rede
         Dm                    Gm
Cantando ciranda na beira do mar

[Refrão]

Gm           Cm
Cantando ciranda
Dm       Gm
Na beira do mar

Gm                              Cm
Pegando carona nas grossas correntes
            Dm                    Gm
Se vão tartarugas de cascos brilhantes
Gm                               Cm
Que embarcam no rumo de praias distantes
               Dm                    Gm
Que servem de berço pra seus descendentes
Gm                              Cm
Que rasgam os ovos e emergem valentes
              Dm               Gm
E correm sozinhas para se salvar
Gm                              Cm
Mas só uma ou outra consegue chegar
               Dm                    Gm
Nas águas salgadas que impedem o abraço
Gm                              Cm
Das garras das aves de bico de aço
           Dm                    Gm
Que cantam ciranda na beira do mar

[Refrão]

Gm                              Cm
Coqueiros parecem vigias felizes
              Dm                     Gm
Que zombam do tempo que engole os humanos
Gm                              Cm
E assim passam dias e meses e anos
                   Dm                    Gm
Não cedem, não cansam, não tem cicatrizes
Gm                              Cm
Mas o tempo aponta pra suas raízes
             Dm                Gm
As águas começam a se aproximar
Gm                                Cm
Roendo as entranhas pra lhes derrubar
                Dm                    Gm
Que nem condenados, pendendo, penosos
Gm                                   Cm
Nos braços dos ventos morrendo orgulhosos
           Dm                    Gm
Cantando ciranda na beira do mar

[Refrão]

Gm                                   Cm
Com olhos de vidro de cores berrantes
                Dm                    Gm
Balançam edifícios de quarenta andares
Gm                                   Cm
Que olhados de longe se parecem altares
                  Dm                    Gm
Do culto esquecido de uns deuses gigantes
Gm                                   Cm
Que rompem os tempos dizendo arrogantes
                 Dm                    Gm
Que os ventos libertos não podem passar
Gm                                   Cm
E atrás das colunas que agarram o ar
                   Dm                    Gm
Uns tantos se espremem sentindo os mormaços
Gm                                          Cm
Nas sombras de uns poucos que miram os espaços
             Dm                    Gm
Cantando ciranda na beira do mar

[Refrão]

Gm                              Cm
Eu vivo pisando nas mesmas areias
               Dm                    Gm
Que o mar passa os dedos e acaricia
Gm                               Cm
Nas noites de lua com brisa macia
              Dm                    Gm
Escuto o chamado das mesmas sereias
Gm                                   Cm
Me sento nas pedras que nas marés cheias
              Dm                    Gm
As água procuram pra se arremessar
Gm                                Cm
Que nem combatentes que vem guerrear
               Dm                    Gm
Sem ter esperança de fama ou de glória
Gm                                     Cm
Se acabam em espuma, se apagam da história
           Dm                    Gm
Cantando ciranda na beira do mar